Você certamente já se deparou com essa palavra ou mesmo sofreu com essa condição, mas talvez não saiba que ela é muito comum também nos animais.
A dermatite (derma = pele; ite = inflamação) – também conhecida como eczema – é uma irritação nas camadas mais superficiais da pele que gera vermelhidão no local afetado, coceira, bolhas, inchaço e, em alguns casos, exsudação, crostas e também descamação.
Várias são as condições que podem desencadear a dermatite, desde substâncias químicas até uma predisposição genética.
O fato é que pode acometer os animais em qualquer estágio da vida e em qualquer parte do corpo.
Portanto, é importante saber reconhecer essa doença que, embora não tenha uma cura completa, pode ser combatida sem maiores problemas quando observada e tratada nos primeiros estágios.
Nesse caso, esteja a postos para levar o seu amiguinho ao veterinário sempre que notar algo diferente na pele dele!
Índice
Tipos de dermatite animal
Abaixo seguem os principais tipos de dermatite que podem afetar os cães e gatos, bem como as suas causas.
Dermatite atópica
A dermatite atópica é a condição causada por alérgenos, que costumam ser de três tipos: pólens, ácaros e fungos.
Este tipo ocorre com maior frequência em cães mais jovens, geralmente entre um e três anos de idade. Pode durar, em muitos casos, meses para desaparecer, ou somente alguns dias.
É importante levar o seu cãozinho ao veterinário para realizar exames, pois somente um profissional pode diagnosticar com eficácia a doença, bem como a provável causa e o tratamento ideal para a situação.
Os sintomas da dermatite atópica canina podem variar bastante, mas pode ocorrer escassez e falta de brilho do pelo, manchas vermelhas nas axilas, barriga, pés, face e orelhas, além de arranhões por conta das coceiras.
Também podem surgir pústulas (pequenas bolinhas de pus), caso o estágio da dermatite seja mais avançado, além de otites (inflamações no ouvido) e pele grossa e grisalha.
O tratamento consiste basicamente em evitar a exposição do cão ao alérgeno que está causando a dermatite, além de corticoides, anti-histamínicos e shampoos específicos;
Dermatite alérgica à picada de pulga (DAPP)
As pulgas infelizmente são bastante comum em cães, e muito difíceis de serem vistas por conta do seu tamanho.
Além disso, elas chegam a produzir 2 mil ovos em cerca de 110 dias de vida, dos quais nascem larvas que chegam à fase adulta em poucas semanas.
A alergia à picada ocorre em animais que desenvolvem hipersensibilidade aos componentes existentes na saliva da pulga. As principais ocorrências se dão entre a primavera e o verão, porém podem acontecer em outras épocas do ano.
Assim como no caso da dermatite atópica, o tratamento passa pela extinção das pulgas e prevenção contra novas infestações fazendo uma limpeza completa no local onde o cão vive.
Inclusive, esse era um dos problemas que a Caju tinha quando foi adotada. Ela não tinha pulgas, mas uma picada foi o suficiente para deixá-la com DAPP. Conforme orientação do veterinário, alguns banhos e um remédio foram o suficiente para que ela ficasse bem logo!
Dermatite acral por lambedura
A causa desta condição é psicológica, e por conta disso é também conhecida como dermatite psicogênica.
Em períodos de mais estresse, principalmente, o cachorro passa a lamber-se excessivamente – geralmente próximo aos punhos, tornozelos e entre os dedos das patas – até aparecerem feridas.
A ocorrência é maior em raças de maior porte, como São Bernardo, Rottweiler, Golden Retriever, entre outras. Raças pequenas, porém, não estão completamente livres da condição.
Lamber-se libera endorfina, dando uma sensação de prazer ao animal. Ao mesmo tempo, a sensação de dor que seria natural passa a não ser sentida, podendo gerar infecções secundárias.
O tratamento consiste em cuidar das feridas de forma correta, além do uso de antibióticos, caso sejam necessários.
Alguns veterinários chegam a prescrever ansiolíticos ou antidepressivos para uma eventual depressão que o animal possa estar sofrendo.
Dermatite por infecção bacteriana ou piodermite
Como o nome já diz, esse tipo de dermatite se dá através de uma infecção bacteriana na pele do cão.
As principais causas são a deficiência na higienização do cachorro, traumatismos, processos infecciosos e doenças autoimunes. Geralmente apresenta uma lesão bem localizada, e os sintomas vão depender da profundidade dessa lesão.
Podem apresentar pústulas, coceira leve ou moderada, perda de pelo e lesões ulceradas com presença de pus e/ou sangue. Em casos mais graves, pode ocasionar anorexia, perda de apetite e febre.
O tratamento é feito com substâncias anti-sépticas tópicas, além de antibiótico injetável ou via oral, se necessário.
Dermatite canina
Como o nome já sugere, a dermatite canina se dá quando a condição afeta diretamente os cães.
Costuma ser mais frequente em raças cuja pelagem é mais longa e espessa (Golden Retriever, por exemplo), e também naqueles que possuem as famosas “dobrinhas” na pele, como os cães da raça Shar-Pei.
Essas condições “peculiares” costumam ser ambientes favoráveis para a proliferação de fungos e bactérias que podem causar a dermatite. Embora seja bastante comum à espécie, essa não é a única causa da doença em cães.
As causas podem ser diversas, entre elas parasitas, alergias, questões hormonais, mordidas ou lambidas que umedecem a pele, lesões e produtos químicos.
Raças caninas mais propensas a dermatite
Além de todos os fatores citados, a dermatite também pode acometer um cão por conta de uma predisposição genética.
Nesse caso, as raças mais suscetíveis a desenvolver alguma doença de pele são:
- Shar-Pei
- Husky Siberiano
- Labrador
- Pitbull
- Golden Retriever
- Cocker Spaniel
- Poodle
Dermatite felina
Os gatos estão sujeitos às mesmas condições, tipos e sintomas da dermatite que afeta os cães, porém, o tipo mais comum entre os felinos é a chamada dermatite miliar.
Esta corresponde de 10% a 40% dos casos envolvendo problemas dermatológicos entre os gatos.
O principal sinal da doença é o aparecimento de diversas pústulas pequenas e crostas na pele do bichano, que podem se espalhar de forma generalizada ou não.
Estas erupções dão-se geralmente na região da cabeça, pescoço e do dorso, mas também são bastantes comuns no abdômen do gatinho.
É necessário levá-lo ao veterinário para uma maior avaliação do problema. Ele realizará exames para verificar dermatoses parasitárias, bem como procurar por qualquer presença de pulgas, carrapatos e piolhos.
Como prevenir a dermatite em animais
É provável que em algum momento da vida o seu animal de estimação passe por um problema envolvendo dermatite.
Embora seja uma condição muito comum, é possível reduzir consideravelmente os casos seguindo algumas dicas básicas que irão proteger o seu amiguinho.
- Mantenha o ambiente sempre limpo: essa parece ser a mais óbvia de todas, mas é sempre bom lembrar. É preciso manter o local onde o seu animal transita sempre limpo. Retirar o pó e manter o ambiente sempre arejado diminuirá a incidência de agente alérgenos ao animal;
- Evite plantas e flores perto do animal: algumas plantas e flores também podem ser alérgenas ao animal devido ao pólen que elas liberam, além de algumas serem verdadeiramente tóxicas. Nesse caso, procure pesquisar antes de adquirir um nova planta ou flor;
- Utilize produtos de limpeza hipoalergênicos: priorize adquirir produtos de limpeza que são hipoalergênicos, ou seja, que são próprios para quem convive com animais domésticos. Embora sejam um pouco mais caros, em média, eles irão prevenir que o seu amiguinho tenha crises alérgicas constantes;
- Faça um controle das pulgas e carrapatos: ainda que o seu animal não tenha o costume de sair de casa, procure manter em dia os remédios antipulgas e anticarrapatos;
- Seque bem os pelos do seu animal após os banhos: outra dica bastante importante é cuidar para que o pelo do seu animal fique totalmente seco após o banho, principalmente no contato direto com a pele. A umidade pode gerar fungos que irão causar a dermatite.
Créditos das imagens: Freepik.
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